Cristalizações

Faz frio depois de uns dias de aguaceiros, vibra uma imensa claridade crua, de cócoras, em linha os calceteiros. Com lentidão, de cor e grosseiros, calçam de lado a lado a longa rua. Como as elevações secaram do relento, e o descoberto sol abafa e cria. O frio exige um movimento. E as poças d”água como em chão vidrento”. Refletem a molhada casaria. Em pé e perna dando aos rins que a marcha agita, envenenadas gritam as peixeiras. Luzes aqueçam na manha bonita. Uns barracões de gente pobre e uns quintalharios velhos com parreiras. Não se ouvem aves nem choro de uma mora! Tomam por outra parte os viajantes, como ferro e pedra que união sonora retine auto pelo espaço a fora. Com choques rijos ásperos constantes.Noite irmã da razão e da morte. Quantas vezes têm certeza eu interrogadas teu verbo teu oráculo sagrado confiante. A ser interprete da tua própria sorte, noite irmã da razão não me traga a morte.