segunda-feira, 15 de março de 2010
brigas com dicionario
Efêmera e brilhante toda beleza é o instante todo azul a anula. Toda manhã procurei esconder dos teus olhos esse peso na alma, essa inquietude, essa fome. É pouca coisa ou, quase nada um vago temor, um medo que espalma sem pressa, apesar da calma disfarço, deslizo. Escondo-me dentro da folha branca procurando sílabas, palavras, salvação nesse poema que me entalate engana-te beijo e sigo esforço tenso em tentar ser densamente leve levemente denso. Trago comigo teu olhar rasguei-o naquela noite quando te vi trançado nas marcas de luar onde tuas garras deslindavam segredos inexistentes, desde ontem eu guardo tudo e traço nas tuas costas as linhas dessas mentiras densas em que pensas que acredito. Tua voz realça minha retina indeferida, forte barulho no céu da boca. Violetas entre dentes dissipam o eco em beijos crescentes, a cidade alucina entre o crepúsculo brocado e a sombra, o raso é sem fundo quando divulgo tuas velas entre o inefável e o hostil pela janela vê o mundo que desbota e amarela sob teu olhar incivil. Esses sinais... Essa conexão! – preciso te deixar de fora. Vedar, deter, impedir a corrente em que me afogo estagnar esgotar – criei um compartimento onde te guardo, é só teu. Nele eu posso deixar correr essa ânsia até essa febre esgotar-se; exaurir-se.
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